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O comentador que foi notícia. O jornalista que é, afinal, político.

Os partidos já escolheram os seus cabeças de lista para as Europeias. Sim, vamos a votos, outra vez, no dia 9 de junho, na véspera do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas (depois dos últimos comentários proferidos pelo Presidente da República, em que descobrimos que antigo Primeiro-Ministro é “lento” e o atual é “rural”, ficamos sempre alerta perante a possibilidade de novas “revelações”). Estas listas trouxeram, sem dúvida, muitas novidades. Da esquerda à direita: Marta Temido (PS), João Oliveira (CDU), Catarina Martins (BE), Cotrim Figueiredo (IL), Francisco Paupério (Livre) e António Tanger Corrêa (Chega) são cabeças-de-lista.~ E a Aliança Democrática (AD)? A AD conseguiu novamente chocar o país. Mais, até, do que o ADN que apostou em Joana Amaral Dias. É obra! Depois do choque que o país sentiu com a redução (reduçãozinha, vá) da carga fiscal em sede de IRS (situação em que todos os cidadãos perceberam mal a mensagem, menos Luís Montenegro, Joaquim Miranda Sarme

A primeira medida do governo? Fácil: preparar eleições.

Começamos bem. Ironia! Na verdade, começamos muito mal. A primeira medida do novo governo de Portugal, liderado pelo Primeiro-Ministro Luís Montenegro, foi (e pasme-se) a mudança (ou, melhor dizendo, a reposição) do logótipo do governo. Finalmente, uma medida que resolve os problemas das pessoas. Ironia (outra vez)! Esta primeira decisão foi tomada apenas a pensar nas futuras (quiçá, em breve) eleições legislativas, aproveitando a boleia e o alcance do que são visões nacionalistas, conservadoras e, perdoem-me, tão retrógradas que até cai bem o adjetivo “bacocas”. Seja por uma mera questão de gosto, seja pela “simbólica” defesa do escudo e da esfera armilar… É assustador (preocupante, até) que um Primeiro-Ministro e toda a sua equipa tenham considerado que, num tempo tão desafiante e em que se ouvem as reivindicações, esta deveria ser a primeira medida. E foi. Mas lembremos a história: em junho de 2023, António Costa lançava um novo grafismo e refrescava a imagem do governo. Apenas e

Governo ou desgoverno?

E agora? Vamos ter um Governo? Após eleições, com resultados apurados, nomes apresentados e tomada de posse agendada (aquando da escrita deste artigo), a pergunta parece ridícula e a resposta seria óbvia. Mas não. Desta vez, a pergunta é oportuna e a resposta é, mesmo, complexa. Corremos o (sério) risco de termos, afinal, um desgoverno. As eleições foram a 10 de março. Os resultados expressaram, praticamente, um empate entre a Aliança Democrática (por favor, não confundir com Alternativa Democrática Nacional) e o Partido Socialista. Mas não só. Expressaram também a ascensão de um terceiro partido – decisivo nesta “matemática política”. Façamos então as contas: o Partido Socialista, com o apoio do Bloco de Esquerda, da Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV), do Livre e do Pessoas-Animais-Natureza, soma mais deputados do que o Partido Social Democrata, que fica aquém mesmo quando tentamos resolver a equação com a coligação AD (ou seja, tendo em consideração os deputados do PSD e do CDS

Assumo: eu não sou um pai perfeito.

Não sou um pai perfeito. É verdade. E, embora nem sempre tenha pensado assim, hoje percebo que não ser um pai perfeito (e ter consciência disso) é o melhor que posso fazer pela minha filha. Sem querer ignorar as exceções que, como sabemos, acabam por ter o destaque que a regra jamais alcançará, ser pai é sinónimo de, todos os dias, a cada instante, procurar ser o melhor para os filhos. Pelos filhos. Deve ser sinónimo disto, sim. Quando falo em “pai”, refiro-me àqueles que honram o título, àqueles que, querendo honrar o título, sentem sempre que podem tentar fazer ainda mais. Estou a falar dos que protegem, dos que cuidam, dos que estão presentes, dos que amam. Estou a falar de pais a sério. Daqueles que ambicionam, permanentemente, a perfeição, conscientes de que não há nada mais inalcançável. Começo por mim. Eu quero ser um pai perfeito. Quero! Não tenho qualquer dúvida disso. E também não tenho qualquer dúvida de que posso ter um papel decisivo, enquanto pai, no desenvolvimento d

Carta aos 1.108.764 cidadãos que votaram na extrema-direita

Escrevo-vos numa tentativa de acalmar os meus pesadelos, os meus medos. Escrevo-vos numa tentativa de perceber onde errámos. É que sim… Mais de um milhão de pessoas ter votado na extrema-direita é sinal de que errámos. Errámos todos! Nos últimos 50 anos, desde o 25 de Abril, a política mudou. E muito. As nossas necessidades foram mudando. As nossas lutas foram mudando. Se, em 1974, as lutas eram pela liberdade, pela democracia, pela saúde, pela educação, pelo saneamento, entre outras lutas basilares e fundamentais para a sociedade, a verdade é que “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. É natural que assim seja. É sinal de que foram feitas conquistas. O que nos resta então? Para muitos, nomeadamente jovens, um vazio. Um vazio de identificação, de ideais pelos quais lutar. E isso afasta-vos, inevitavelmente, da política. Eu entendo. Mas agora, pensem comigo. O que conquistámos nestes (quase) 50 anos de Democracia, juntos, não nos deveria pedir mais responsabilidade? Não nos deve